O site Mirada Sistémica convidou quatro advogados de três países: Fernando Cordeiro e Luciana Buschinelli do Brasil, Lisa Pereira de Portugal e Naihara Cardona de Espanha.
O advogado Fernando Cordeiro respondeu à questão a respeito do que é o Direito Sistêmico e qual a sua evolução até ao momento no Brasil. Posteriormente, a advogada Luciana Buschinelli explanou acerca do que se traduz o papel do advogado no âmbito do Direito Sistêmico no Brasil.
De seguida, a moderadora Nídia Costa questionou a advogada portuguesa Lisa Pereira e a sua par espanhola sobre a prática do Direito sistêmico nos seus respectivos países e como se traduz o papel do advogado em tal âmbito.
Os advogados falaram da importância prática do saber e aplicação da filosofia Hellingeriana às relações, de como ter esse conhecimento ajuda no olhar amplo para o conflito, para o cliente e para a sua história e, consequentemente, para a aplicação no direito. Ainda, os entrevistados afirmaram que esse movimento de respeito e inclusão tem mostrado toda a diferença na prática jurídica – na relação com os intervenientes do caso, com todos os operadores do direito, com o conflito jurídico e com o que está para além do óbvio.
Foram mencionados casos (com total respeito pela confidencialidade) de como o uso da postura sistémica pelo advogado, por si só (e foi o testemunho da experiência pessoal dos advogados destes países aqui representados) fez a diferença na resolução do conflito, permitindo assim, a resolução entre as partes extrajudicialmente.
Também foi ressaltado a importância do uso da constelação e de como os Estatutos da Ordem dos Advogados no Brasil e em Portugal não permitem que o Advogado exerça esta função e acumulem com outras funções no processo como, por exemplo, a de constelador. Assim, se se mostrar necessário, dever-se-á solicitar um constelador profissional no processo. Este principio da exclusividade não é, contudo, aplicável ao Advogado em Espanha .
Foram partilhados os benefícios da aplicação da filosofia Hellingeriana ao direito na prática, observados em muito maior escala no Brasil, onde existe um desenvolvimento estruturado e institucionalizado da aplicação do Direito Sistêmico, por quem interpreta, por quem patrocina as causas, por quem aplica o direito, tornando a sua aplicação real no dia-a-dia e extensível a todos os operadores do direito, nos processos judiciais e extrajudiciais.
Em Portugal e Espanha, no que ao Advogado concerne, ainda há pouco uso ainda que informal deste recurso.
Terminámos com uma frase da advogada e mediadora Marisa Santos Souza “Pessoas não são papéis, sentimentos não são sentenças e destinos não são recursos”.